Se esta não é a tua realidade ou não convives com esse tipo de problema, imagina as situações abaixo:
- O que farias se soubesses que o acesso à eletricidade numa comunidade rural é escasso ou nulo?
- E que as lâmpadas comuns a querosene poluem o ambiente e intoxica as pessoas e os animais?
- E que o perigo de incêndio é uma realidade comum para essas famílias?
Todas essas foram as preocupações dos irmãos Mijenos, Raphael e Aisa, que vivem nas Filipinas e que os levaram a um grande projeto de energia renovável.
No país, muitas comunidades rurais não tem acesso à eletricidade e os custos com querosene podem chegar a 55% da renda das famílias. Os moradores são obrigados a andar 12 horas para comprar uma garrafa do derivado químico, que dura no máximo dois dias.
As mentes brilhantes
Depois de vivenciar a rotina de uma dessas comunidades carentes, enquanto trabalhava para o Greepeace, Aisa percebeu que havia um problema que precisava de solução.
E qual recurso renovável poderia ser usado?
Bem, a água salgada é abundante, sustentável e de fácil acesso. Esta foi a resposta para o problema.
Para Raphael foi a escolha ideal:
Nas Filipinas — mesmo nas casas de famílias de baixo rendimento – de certeza que encontrarás estas três coisas: água, arroz e sal.
Os irmãos então se uniram e criaram a startup Sustainable Alternative Lighting (ou SALT — Energia Alternativa Sustentável). A lâmpada gera energia que dura por até 8 horas a base de um copo de água e duas colheres de sal.
Como é que a “lâmpada de sal” funciona?
Dois tipos de metal são submersos na água salgada, que libertam o excesso de eletrons, que se deslocam de um metal para o outro através de um fio. A eletricidade gerada acende a lâmpada de LED.
Sem a necessidade de combustível, a lâmpada é abastecida apenas com água e sal. E as pessoas que vivem nas vilas do interior, podem usar solução salina e as comunidades costeiras recorrem simplesmente ao oceano.
E mais! Essas lâmpadas de sal são seguras e podem ficar dentro de casa.
Criatividade que não tem fim…
Muito criativos, os dois desenvolveram a lâmpada com entrada USB para carregar o telemóvel.
E além desses recursos, a lâmpada também usa bateria galvanizada com dois eletrodos, o que pode fazer a energia durar até seis meses, dependendo do tipo de uso doméstico.
O futuro do projeto
Aisa e Raphael esperam construir um gerador de água salgada que poderá alimentar a energia de uma casa inteira. Por enquanto, o objetivo deles é a fabricação em massa dessa lâmpada, que tem custo de produção muito baixo. Até o final do ano, eles pretendem ter o protótipo final.
Muitas empresas que investem em negócios sustentáveis como esse já estão de olho e não vai demorar muito para que não só nas Filipinas, mas também outras regiões mais pobres do mundo tenham acesso à eletricidade de forma barata e sustentável.
Prémio pelo projeto inovador
Não é de se admirar que eles tenham vencido um concurso pela ideia brilhante! Confere a foto no Facebook deles.