É apenas uma questão de tempo até que uma onda gigante destrua as costas portuguesa e espanhola, afirmam os especialistas ouvidos num documentário com estreia marcada para breve.
Foi lançado no passado dia 24, em Espanha (só chega aos cinemas em maio) e não traz revelações tranquilizadoras. La Gran Ola (A Grande Onda), assim se intitula o documentário realizado por Fernando Arroyo, faz uma análise ao risco de tsunami que a península ibérica corre face à falta de preparação para um evento tão catastrófico que é comparado ao terramoto de 1755 (quando morreram mais de 10 mil pessoas).
“A questão não é se vai ou não haver outro Tsunami, mas quando é que vai haver”, afirma Begona Perez, diretor da divisão de oceanografia dos portos espanhóis, corroborado pelo português Luís Matias, investigador do Instituto D. Luiz: “No Golfo de Cádis, várias falhas [tectónicas] podem provocar um terramoto a qualquer momento.”
Os cientistas ouvidos mostram-se particularmente preocupados com a falta de um sistema de alerta de tsunamis, que permitiria uma evacuação segura. Além das dezenas de milhares de mortos, centenas de milhares de pessoas poderiam ser afetadas tanto pela necessidade de abandonar as suas casas, como pela falta de eletricidade, de comunicações e de água.
O Golfo de Cádis está assenta numa fronteira tecnónica, a Falha Açores – Gibraltar, o que torna toda a área suscetível a sismos no mar, que podem, por sua vez, desencadear uma onda gigante.
O documentário conta, no total, com mais de 40 testemunhos.