Um alentejano do monte vai observar um engenheiro que está a trabalhar na construção de uma estrada ali nos arredores de Mértola, para os lados da Mina.
Enquanto o técnico está a fazer medições do terreno com um teodolito, o alentejano pergunta:
– Botardeee! – botou faladura, apoiando-se no cajado – Vomecê é que veio fazer essa estrada?
– Sim. Nós temos a mais alta tecnologia para construção de estradas e estamos aqui para dar uma mãozinha prós alentejanos, pra ver se isto vai prá frente!
– E pra que tá usando essa coisa aí, mais parece uma panela com buracos?
– Estou a medir terreno. – responde o engenheiro.
– Ó ca porra… e vomecê precisa dessa coisa pra fazer uma estradita?
– Sim, é necessário. Por quê? O senhor não entenderia… Mas este aparelho é dos mais simples, vocês aqui nunca usaram?
– Homem! Agente nã precisa dessa moenga. Quando a gente quer fazer uma estrada, soltamos um burro e vamos atrás dele. Por onde ele passar, é o caminho mais fácil pra fazer a estrada…
– Muito inteligente esse método – diz o engenheiro em tom de gozo.
Então e como é que fazem se não tiverem um burro?
– Bom, quando é assim, atão a gente chama um enginhero.