A China afirmou, pela primeira vez, que os cães devem ser tratados como animais de companhia e não como comida.
Esta medida surge depois de as autoridades terem proibido o consumo e venda de animais selvagens, em resposta ao surto de Covid-19.
O país quer proibir o consumo de carne de cão e de gato, uma vez que os animais de companhia não devem ser tratados como gado.
A proibição foi anunciada esta quarta-feira (9). A medida surge após a proibição do consumo e comercialização de animais selvagens, devido ao surto de Covid-19. Esta pandemia veio assim reacender o debate sobre os animais de companhia.
O objetivo é assegurar o bem-estar dos cães, bem como prevenir a transmissão de doenças de animais para humanos. O ministério apelidou os cães de “animais especiais de companhia”.
“Em todo o mundo os cães não são geralmente considerados como gado, e a China também não deve geri-los como tal”, afirmou o Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais da China. O objetivo é estender a proibição a todo o país à semelhança do que aconteceu em Shenzhen.
Segundo um estudo da Humane Society International (HSI), estima-se que são mortos 10 milhões de cães por ano. O estudo indica ainda que cerca de 20% da população consome este tipo de carne. A directora da HSI, Wendy Higgins afirmou, citada pelo Independent, que “este projeto de proposta poderia assinalar um momento de mudança para a protecção dos animais na China“.
Disse ainda que “dezenas de milhões de cães e gatos todos os anos sofrem as agonias do comércio brutal de carne, e não há maior desejo de ver o seu fim do que entre os grupos de animais chineses e os próprios amantes dos animais“.
Higgins acrescentou também que “este projeto poderá efectivamente abrir caminho para que a China tire oficialmente os cães e os gatos do menu“.