No ano passado, o salário médio bruto auferido em Portugal foi de 1017 euros, um valor que é pouco mais de metade do praticado em média na União Europeia, que foi de 2000 euros.
Os dados constam de um relatório divulgado esta semana pela consultora de recursos humanos Adecco e da Barceló y Asociados, o VI Monitor Anual Adecco Salários, que tem em conta informações do INE espanhol e do Eurostat.
Em relação a 2016 o salário médio no País subiu 49 euros (no ano anterior era de 968 euros), uma evolução de 5%, o que compara com a subida de 3,4% na União Europeia, onde o vencimento estava nos 1 934 euros. Em 2016, o salário médio em Portugal era cerca de metade da média europeia, enquanto em 2017 o seu peso aumentou ligeiramente, para 50,85%.
Entre os 28 Estados-membros, o salário médio praticado em Portugal foi o décimo mais baixo no ano passado. Com rendimentos mais reduzidos estiveram os estados bálticos Estónia, Letónia e Lituânia, ou países como Polónia, Hungria e República Checa. Lituânia, Roménia e Bulgária encerram a lista com salários médios abaixo do valor do salário mínimo nacional português.
Acima dos 3 000 euros e a liderar a lista, com as maiores remunerações brutas mensais, estiveram a Dinamarca – com 3 807 euros, quase duas vezes mais a média europeia -, e o Luxemburgo, país onde vive uma grande comunidade de portugueses e onde o salário médio é de 3 228 euros. Irlanda, Holanda, Finlândia, Alemanha e Suécia tiveram salários a rondar os 2 700 euros.
As disparidades salariais no espaço europeu evidenciam-se quando se comparam os extremos. Para alcançar o valor obtido num mês de salário na Dinamarca, contabiliza o relatório, são precisos mais de nove meses de trabalho na Bulgária. Em Portugal é preciso trabalhar quase quatro meses para alcançar um nível salarial semelhante.
Na sua metodologia, a Adecco explica que pelo facto de o Eurostat não publicar dados de salário médio para todos os países foi usada informação da remuneração média por hora e relação entre salário mínimo e médio.