O calor do Verão implica as habituais e apetecíveis idas à praia, piscina e grandes exposições ao sol. Mas os momentos de descanso e lazer na praia ou na piscina por vezes podem ser perigosos, principalmente se não forem tomadas as devidas precauções.
A exposição excessiva ao sol, principalmente nas horas de maior intensidade solar (entre 11h30 e as 16h00), podem ser muito prejudiciais e até fatais para a saúde da pele. A melhor forma de poder desfrutar praia é fora do horário de maior intensidade solar, e mesmo assim deve usar um protector solar adequado à sua pele, renovando a sua aplicação de duas em duas horas, sem exposições prolongadas ao sol.
Mas as preocupações com o sol não devem estar presentes só em locais de grande exposição solar como a praia. Em qualquer actividade que exija momentos de exposição solar o uso de protector é essencial, sendo ainda indispensável o uso de chapéu e roupas leves e claras.
A exposição ao sol em excesso é de longe a principal causa de lesões na pele, podendo ir de ligeiras insolações (mal estar decorrente da exposição prolongada ao sol intenso ou ao calor. Os sintomas mais frequentes são desidratação, queimaduras de pele, cefaleia (dor de cabeça), tontura e febre. Nos casos mais graves pode ocorrer perda de consciência) ao envelhecimento prematuro, passando pelo aparecimento de melanoma, o mais mortífero dos cancros da pele.
PELES CLARAS
As pessoas com a pele clara são mais vulneráveis aos escaldões, embora não exclusivas. Qualquer tipo de pele exposto demasiado tempo ao sol pode sofrer queimaduras que surgem, normalmente, de uma a dez horas de após excessiva exposição solar. E, para além da exposição directa ao sol, é preciso ter cuidado com os raios reflectidos na areia e na água.
PRINCIPAIS SINTOMAS DA INSOLAÇÃO
Pele vermelha, quente e dorida. Comichão, desidratação, febre e arrepios. Bolhas e náuseas e, finalmente, a pele seca e cai.
Em casos de queimaduras solares, para além de se consultar um médico, devem-se ingerir muitos líquidos e tentar acalmar a pele danificada.
A infusão de calêndula-hortense, quando fria, embebida numa compressa e aplicada nas zonas mais afectadas da pele poderá acalmar os sintomas. Para tal deverá deixar amolecer, durante dez minutos, uma colher de chá daquela planta seca numa chávena de água a ferver. No caso de existirem bolhas pode-se aplicar uma infusão de equinácea sobre a pele, para evitar a infecção. A aplicação de gel de aloé vera nas zonas afectadas alivia o calor e a comichão. Estas ervas encontram-se disponíveis em praticamente todas as ervanárias e dietéticas.
CANCROS DA PELE
Os cancros da pele são o tipo de cancros mais frequente, habitualmente, mais facilmente curáveis. As suas formas mais frequentes desenvolvem-se em zonas mais expostas ao sol, sendo as peles mais claras as mais susceptíveis a este desenvolvimento.
Carcinoma basocelular
Este cancro origina-se na camada mais profunda da epiderme, desenvolvendo-se em superfícies da pele expostas à radiação solar. São tumores que começam com formações muito pequenas, brilhantes, duras e salientes sobre a pele (nódulos) que aumentam de forma tão lenta que, por vezes, podem passar despercebidos. Este carcinoma pode ser uma espécie de úlcera ou formar crostas no centro. Por vezes, cresce achatado e assemelha-se ligeiramente a cicatrizes. O bordo do cancro pode adquirir um aspecto branco-pérola, podendo ainda sangrar, formar crostas e sarar, levando o doente a pensar que se trata de uma úlcera em vez de um cancro.Em vez de se espalhar, por outras zonas do corpo como outros cancros que formam metástases, os carcinomas basocelulares costumam invadir e destruir os tecidos circundantes.
MELANOMA
Os sinais evidentes deste tipo de cancro da pele são as sardas e os sinais pigmentados que aumentam de tamanho (especialmente de cor negra ou azul-escura). Pode ser ainda evidente na mudança de cor de um sinal existente, em especial na presença de pigmentação vermelha, branca e azulada na pele circundante, ou nas alterações de consistência ou forma da pele sobre o ponto pigmentado. Também sinais de inflamação na pele a rodear um sinal já existente podem ser motivo para uma visita a um especialista da pele (dermatologista).
NÍVEIS DE PROTECÇÃO SOLAR
Um adulto saudável pode obter quantidades de vitamina D suficientes com uma exposição adequada ao sol. Esta vitamina é essencial para o crescimento e desenvolvimento da estrutura óssea, daí que as crianças, as mulheres grávidas e lactantes precisem de uma maior quantidade. Também os mais velhos precisam de adição da vitamina D, pois à medida que envelhecem a pele vai perdendo a capacidade de sintetizá-la.
Mas o excesso de sol prejudica a saúde da pele. E tratando-se de crianças os cuidados devem ser redobrados, devendo usar-se um protector solar de índice elevado, t-shirt e a cabeça protegida com chapéu.
Nos adultos, o protector solar deve ser escolhido mediante o tipo de pele, que varia muito. Os tons de pele vão do branco leitoso ao negro escuro, tendo sido classificados seis tipos de pele (fototipos) que exigem níveis de protecção distintos e suportam tempos diferentes de exposição solar, acarretando mais ou menos risco de desenvolvimento de cancros cutâneos. Contudo, independentemente do tipo de pele, deve-se escolher um factor de protecção solar (SPF), no mínimo, de 15, já que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os protectores solares com um índice inferior não permitem prevenir o cancro de pele. Para além disso, convém escolher um protector que proteja a pele dos raios UV-B e UV-A.
ESCOLHER O PROTECTOR ADEQUADO
Quando a pele é de cor leitosa, com sardas, habitual em pessoas ruivas, existe um elevado risco de queimadura solar, sendo esta uma pele extremamente sensível ao sol. Estas peles ficam normalmente vermelhas e nunca bronzeadas, devendo nestes casos ser aplicado um protector solar de factor 50 (UV-B) e de 15 (UV-A). Ainda assim, estas pessoas devem evitar exposições ao sol, protegendo-se com guarda-sol ou vestindo peças de roupa leves.
As peles brancas, com sardas e cabelo louro ou castanho são muito sensíveis ao sol, ficando ligeiramente bronzeadas. Contudo, as queimaduras solares são muito frequentes, devendo-se usar como medida de protecção loções com factor UV-B de 30 a 50 e UV-A de 10 a 13.
As peles claras, sem sardas e cabelo castanho claro e as peles morenas com cabelos castanho escuro, obtêm gradualmente um bronzeado pronunciado e duradouro, sendo nestes casos raras as queimaduras solares. As pessoas com estas características devem proteger-se com protectores UV-B de factor 15 a 25 e UV-A de 5 a 8.
A pele escura e cabelo preto tem uma pigmentação sempre acentuada e duradoura, não existindo elevados riscos de queimaduras solares. Mesmo assim, deve-se recorrer ao uso de chapéu, roupa de cor escura, evitar as horas de maior calor e hidratar frequentemente a pele do corpo.
Muito importante também é colocar o protector solar cerca de uma hora antes da exposição ao sol, para que a pele o absorva convenientemente todo o protector. Para além disso, deve-se repetir a operação de duas em duas ou de três em três horas, mesmo que o rótulo indique que o efeito da loção é de longa duração. É ainda importante que se renove a colocação do creme depois de mergulhar o corpo na água, mesmo que o produto seja à prova de água.