O egoísmo dos pais portugueses em relação aos seus filhos! O divórcio não é dos filhos, é apenas dos pais!

A separação do casal deveria ser mesmo só isso, apenas a separação de dois adultos que um dia sonharam em conjunto algo diferente. A desilusão, o desmoronar de um sonho, os planos que se fizeram e se desfizeram… tudo isso é da responsabilidade dos pais, mas não dos seus filhos. O divórcio não é dos filhos, é apenas dos pais.

Os adultos complicam muito as coisas! Passamos a vida a dizer isto às crianças e é mesmo verdade!

Há que respeitar e nunca esquecer que as crianças são seres de plenos direitos e têm por isso direito a ter os pais presentes na sua vida, independentemente da relação que estes mantêm entre ambos.

É sempre triste para uma criança ter de lidar com a ruptura e separação dos seus progenitores, mas bem pior ainda é ter de ficar no meio de uma guerra entre as pessoas que supostamente deveriam ser os seus protetores e cuidadores, sendo a maior parte das vezes usadas elas próprias como armas de arremesso.

O que destabiliza emocionalmente os filhos não é a separação em si mas a forma como esta é gerida pelos seus pais.

Não pode ser um jogo…não pode haver competição…e os filhos não podem sair penalizados.

O amor dos pais pelos filhos não pode ser pautado pelo amor que sentem ou deixam de sentir um pelo outro. A relação com os filhos tem de ser de um amor incondicional, sem barreiras ou limites.

Os pais devem sempre ter uma relação com os filhos baseada na comunicação, aberta e franca.

Os filhos devem ser protegidos de discussões ou mau ambiente, e caso a solução para o casal seja a separação, os pais devem manter a consistência anteriormente conseguida, enquanto ainda casados, para que os filhos continuem a ter a mesma atenção de ambos.

divorcio_pais

Devem ser evitadas atitudes menos positivas que comprometam o normal e saudável desenvolvimento harmonioso dos filhos.

Os pais devem proporcionar rotinas adequadas ao estabelecimento de um ambiente securizante. É neste ambiente saudável que a criança deve crescer e desenvolver-se, adquirindo uma boa auto-estima.

A forma como os pais conduzem todo o processo da separação, vai pautar a vida emocional dos seus filhos e a existência ou não de possíveis vivências traumáticas. O desejável será os pais nunca deixarem de falar com os seus filhos, serem sinceros, comunicarem sempre com eles, usando uma linguagem adequada ao seu entendimento e nunca uma linguagem agressiva. Não se podem esquecer que são o exemplo a seguir, logo, devem ter em consideração que o que fizerem pode também pautar a qualidade dos relacionamentos futuros dos seus filhos.

Pais conscientes e presentes educam filhos seguros e confiantes. Pais imaturos, que se agridem ou discutem criam filhos inseguros e assustados, que provavelmente se relacionarão da mesma forma na sua vida futura.

As separações quando repentinas e mal explicadas podem também deixar os filhos com sentimentos de culpa, por serem surpreendidos, pensando que deve ser algum castigo a algo de errado que possam ter feito.

A idade das crianças também é determinante na forma como é vivida a separação dos pais, no entanto apesar das diferentes reacções, ou da intensidade das mesmas, a verdade é que a tristeza é um sentimento comum. Não se podendo evitar a tristeza, há que evitar que a experiência seja traumática, tentando que as crianças passem por esta situação da forma mais estável e tranquila possível. A postura dos pais tem por isso de ser equilibrada e baseada na comunicação sincera. E no amor…o amor é o essencial na educação dos filhos. Mesmo quando este desaparece entre o casal, nunca pode desaparecer em relação aos filhos, não são condicionais…

O papel de pais não termina nunca… desde que nascem os filhos, o papel de pais é assumido para toda a vida! E não há papel melhor!!…

Por isso… pais felizes, filhos felizes! O caminho da felicidade é esse… ser feliz, fazendo feliz quem está à nossa volta!…

Por Maria João Cosme, Psicóloga Clínica,
para Up To Lisbon Kids®


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