Locais que nunca ouviste falar em Portugal e que tens de visitar o quanto antes!

Compilámos a mais original e imperdível lista de locais em Portugal de que provavelmente nunca ouviu falar e/ou nunca visitou no seu país.

Portugal é (re)descoberto de tempos a tempos pelas mais prestigiadas publicações do Mundo em artigos sobre os mais imperdíveis locais turísticos, mas quem cá está é que sabe, melhor do que ninguém, quais os locais que todos os portugueses deviam visitar pelo menos uma vez na vida ou de que nunca ouviram falar e já devia estar na agenda há muito. O Dinheiro Vivo pediu a colaboração das entidades regionais de turismo do Continente e dos responsáveis regionais de turismo das ilhas e seleccionou, entre as muitas sugestões recebidas, a mais inédita lista dos 20 locais em Portugal que provavelmente ainda não conhece e tem de visitar antes de morrer. Preparado?

Norte

Com tanto de moderno como de muito antigo e tradicional, o Norte ainda esconde locais únicos que a maioria dos portugueses nunca sonhou visitar. Melchior Moreira, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, elege o Porto Welcome Center – a maior e mais moderna loja de turismo do mundo – como ponto de partida ou de chegada, onde o turista pode experimentar visitas 3D ou planear roteiros na região. Entre os mais inusitados, propomos:

A aldeia dos hobbits, como também é conhecida Vale de Poldros (Riba de Mouro, Monção), é um exemplo de arquitetura dos povoados de montanha ligados à transumância. É uma branda – uma aldeia onde os vigias (brandeiros) habitavam de verão para levar o gado até pastagens mais ricas, sendo abandonada a partir de Setembro, altura em que os brandeiros desciam às suas povoações de origem. Entre a Régua e o Pinhão, no alto do monte fica S. Leonardo da Galafura, o miradouro onde o Douro e o património vinhateiro tiram o fôlego ao comum mortal e onde Miguel Torga se embrenhava na paisagem do “Doiro sublimado”. Aqui existiu um castro romano, conhecido por Fonte dos Mouros, e há também um cemitério mouro com sepulturas escavadas na rocha. A EN222, entre o Peso da Régua e o Pinhão, foi considerada a melhor estrada do Mundo para conduzir. Além disso, a paisagem que a acompanha é lindíssima e permite conhecer melhor os motivos que levaram o Alto Douro Vinhateiro a ser classificado de Património da Humanidade.

Vale de Poldros. Também conhecida como “Aldeia dos Hobbits”, Vale de Poldros, em Monção, é uma aldeia construída para ser habitada pelos pastores durante o verão, sendo abandonada no inverno, altura em que regressavam às suas aldeias. O aspecto encantado desta aldeia vale uma visita, sem qualquer dúvida.

S. Leonardo da Galafura. As vistas deste ponto miradouro, entre a Régua e o Pinhão, tiram o fôlego a quem por lá passa. Aqui, Miguel Torga inspirou-se para escrever sobre o “Douro sublimado”, hoje reconhecido como Património da Humanidade. Já os romanos habitaram o local e há ainda um cemitério mouro com sepulturas escavadas na rocha.

EN222. A Estrada Nacional 222, entre o Peso da Régua e Pinhão, foi considerada a melhor estrada do mundo para conduzir. A paisagem lindíssima que acompanha o percurso sinuoso desvenda ainda os motivos pelos quais o Alto Douro Vinhateiro foi protegido pela UNESCO.

Centro

O Centro prepara um dos maiores eventos do país em 2017. Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro, considera que todos os portugueses deviam visitar o Santuário de Fátima, ao menos uma vez na vida. Estamos “a poucos meses da comemoração do centenário das aparições”, explica, além de que o maior altar mariano do Mundo é “procurado por pessoas de todo o mundo, de todos os credos e religiões, dada a aura de paz e de introspecção que o rodeia”. Entre uma série de locais ímpares do Centro, seleccionamos três especiais: Geoparque Naturtejo. Nestes 4.600 km quadrados de território há actividades para todos os gostos e 26 roteiros preparados para quem precisar de orientação. Dos fósseis aos geomonumentos com 600 milhões de anos, passando pelos grifos e os veados que ainda por lá habitam, além das aldeias históricas e as minas abandonadas, há muito a descobrir entre a Beira Interior e o Alto Alentejo. Vale Glaciar do Zêzere. Finalista das 7 maravilhas naturais de Portugal, pode aproveitar para conhecer através da Rota do Glaciar, definida entre a Torre da Serra da Estrela e a vila de Manteigas, permitindo contemplar uma belíssima modelação da paisagem por um glaciar, as pastagens ainda utilizadas pelas ovelhas, as casas típicas da serra e uma série de elementos da fauna e da flora por vezes raros. Berlengas. Percorrer a maior ilha deste arquipélago com três ilhas, a cerca de 10 km ao largo de Peniche, imaginando as incursões de vikings e procurando os tesouros escondidos por piratas nas grutas é uma aventura inesquecível. Na Berlenda Grande, pode pernoitar no Forte de S. João Baptista, no Hotel Mar e Sol ou no parque de campismo e também há bar e restaurante. A viagem de barco, que dura cerca de meia hora, custa, ida e volta, 20€ por adulto e 10€ por criança (dos 5 aos 12 anos). Outro passeio imperdível pelo mar turquesa leva-o a visitar grutas com nomes sugestivos como cova do sonho, gruta azul, lagosteira, greta da inês ou furado grande (cerca 3€/pessoa).

A comemorar os 100 anos das aparições em 2017, Fátima é o maior altar mariano do Mundo e é “procurado por pessoas de todo o mundo, de todos os credos e religiões, dada a aura de paz e de instrospeção que o rodeia”.

Geoparque Naturtejo. Entre a Beira Interior e o Alto Alentejo, em 4.600 km quadrados de território, há fósseis e geomonumentos com 600 milhões de anos para explorar. Pode ainda ver grifos e veados, descobrir aldeias históricas e minas abandonadas.

Vale Glaciar do Zêzere. Finalista das Sete Maravilhas de Portugal, este vale esculpido por um glaciar na Serra da Estrela merece ser explorado pela beleza da paisagem natural, onde as pastagens ainda são utilizadas por ovelhas e as casas típicas da serra marcam a presença humana.

Berlengas, Peniche. O Arquipelago das Berlengas, ao largo de Peniche, merece ser explorado quiçá numa busca pelos tesouros escondidos pelos piratas e pelos vikings que outrora aportaram nas ilhas portuguesas. Há grutas a descobrir de barco com nomes sugestivos como cova do sonho, gruta azul, lagosteira, greta da inês ou furado grande.

Lisboa

A capital é dos destinos turísticos mais famosos do mundo e é difícil não ter sido visitada pelos portugueses durante a vida. Porém, a região turística em si contém locais menos famosos com particularidades únicas e imperdíveis, mais propícios a visitas durante o outono e inverno, que selecionámos: A Reserva Natural do Estuário do Sado é um dos locais que convém visitar entre o outono e o inverno devido à presença de elevado número de aves aquáticas. O acesso é feito através da aldeia da Carrasqueira e, no cais palafítico, pode contratar um passeio de barco pelo Sado e ver golfinhos. O Moinho de Maré de Corroios é um exemplo notável de engenharia humana com mais de 600 anos e que permite aproveitar a energia das marés para moer cereais. Ainda está funcional, mas após o restauro de 1986 passou a integrar o Ecomuseu Municipal do Seixal. O Parque Natural da Arrábida, em Sesimbra, contém vários percursos para passeios a pé. Se seguir em direção ao Cabo Espichel, passa pela praia de Lagosteiros onde pode ver as pegadas de Pedra da Mua – um trilho de pegadas de dinossauros com milhões de anos.

Reserva Natural do Estuário do Sado. É especialmente no outono e no inverno que se revela a beleza natural desta reserva, próxima de Setúbal. O elevado número de aves aquáticas que encontram abrigo na reserva e os golfinhos residentes no rio Sado são motivos incontornáveis para uma visita.

Moinho de Maré de Corroios. Este exemplo notável de engenharia humana conta com mais de 600 anos de existência e ainda está funcional. Aproveitando a energia das marés, permite moer cereais. Integra o Ecomuseu Municipal do Seixal, desde 1986, local onde vão realizando-se exposições de relevo sobre a região e os fantásticos moinhos de maré.

Parque Natural da Arrábida. A arriba fóssil do Parque Natural da Arrábida esconde tesouros com milhões de anos e as paisagens são de tirar o fôlego. Há diversos percursos pedestres, um dos quais na direção do Cabo Espichel, passando pela praia de Lagosteiros, onde pode encontrar-se as pegadas da Pedra da Mua – um raro trilho de dinossauros com milhões de anos.

Alentejo

Sendo o Alentejo tão heterogéneo e tão único em tantos locais diferentes, desde a Costa Vicentina à Serra de Marvão, resta-nos descobrir aqueles locais que os portugueses nunca ouviram falar ou que muito poucos conhecem. O Pulo do Lobo, em Mértola, é a mais alta queda de água do Sul de Portugal. Surge em terreno árido e pedregoso, quase inesperadamente. Esta cascata do rio Guadiana está rodeada de lendas e histórias de contrabandistas e é um dos locais mais bonitos do Alentejo. Além disso, Mértola merece visita a acompanhar. A Gruta do Escoural, em Montemor-o-Novo, é a única caverna do país com arte rupestre. Foi utilizada ao longo de várias épocas, do Paleolítico Médio ao Superior, como abrigo de caça e, mais tarde, como santuário. O Centro Interpretativo pode ser visitado por marcação no posto de turismo de Montemor-o-Novo. A Capela dos Ossos, em Évora, não é desconhecida dos portugueses, mas consideramos que é um local imperdível que todos deviam visitar pelo menos uma vez na vida. Longe de ser um local tétrico por estar decorado com ossos e caveiras, é um local de reflexão humilde sobre a condição humana. Ali não se distinguem ricos e pobres, novos e velhos, poderosos e desfavorecidos.

Pulo do Lobo. A mais alta queda de água do Sul de Portugal fica em Mértola e tem o sugestivo nome de Pulo do Lobo. A cascata do rio Guadiana está rodeada de lendas e histórias de contrabandistas e é um dos locais mais bonitos do Alentejo para visitar. Além disso, Mértola merece ser descoberta a acompanhar.

Gruta do Escoural. Fica em Montemor-o-Novo, no Alentejo, a única gruta do país onde foi encontrada arte rupestre. Há provas de ter sido utilizada desde o Paleolítico Médio até ao Superior, primeiro como abrigo de caça e, depois, como santuário. A visita, imperdível, deve ser marcada com antecedência no posto de turismo de Montemor-o-Novo.

Capela dos Ossos. Não tem falta de fama mundial esta capela especial localizada em Évora. Ainda assim, consideramo-la um local imperdível que os portugueses deviam visitar, pelo menos, uma vez na vida. Mais do que um local assustador, é um local de reflexão e humildade sobre a condição humana: os ossos não distinguem ricos e pobres, poderosos e desfavorecidos, feios e bonitos…

Algarve

Mais conhecido pelas praias no verão, o Algarve tem, na verdade, muitos outros encantos por descobrir. Além de algumas sugestões da nossa lista, Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, destaca um local único: a Tirolesa, em Alcoutim. Segundo o responsável, “este é o primeiro slide transfronteiriço do mundo que permite (re)descobrir o interior do Algarve e o rio Guadiana de forma única e inesquecível, a uma velocidade média de 75 quilómetros por hora”. Se há lugares incontornáveis e únicos no Mundo, como a Fortaleza de Sagres – o ponto mais Ocidental da Europa – mais conhecidos e a merecer recomendação de, pelo menos, uma visita na vida na região do Algarve, outros são menos concorridos. A subida da Serra de Mochique através da floresta densa (nos locais onde não ardeu) é uma experiência diferente e com surpresa no final. O miradouro em Fóia, a quase mil metros de altitude, dá ideia de permitir ver todo o Algarve e de uma perspectiva bem distante das praias que lhe dão fama. Prove uma aguardente de medronho e entregue-se à gastronomia única do interior algarvio. A Ria Formosa é uma das 7 Maravilhas de Portugal e Parque Natural desde 1987, mas poucos conhecem a riqueza natural deste habitat que atrai mais de 20 mil aves aquáticas no outono e no inverno. Passear pela ria é uma experiência única.

Tirolesa. É a primeira fronteira do Mundo a funcionar através de um slide. Atravessar o Guadiana a 75 km/hora é uma aventura imperdível no interior algarvio.

Fortaleza de Sagres. É certo que não é um local desconhecido dos portugueses, mas quantos já visitaram de facto este ponto que é o mais Ocidental da Europa? Se há ainda alguma magia na Fortaleza de Sagres, é imaginar que ali se defenderam rotas marítimas de pesca e comerciais de piratas e povos concorrentes, afirmando Portugal como nação dominante nos mares.

Miradouro de Fóia. Tão requisitado pelas praias na altura do verão, o Algarve esconde locais menos visitados que os portugueses ainda não descobriram inteiramente. O miradouro de Fóia, no cimo da Serra de Monchique, fica a quase mil metros de altitude e revela um Algarve mais genuíno, onde a aguardente de medronho e a gastronomia única conquistam quem por lá passa.

Reserva Natural da Ria Formosa. No sotavento algarvio, existe um refúgio natural de mais de 20 mil aves que ali passam o outono e o inverno abrigadas dos rigores do Norte da Europa. A Reserva Natural da Ria Formosa é uma das Sete Maravilhas de Portugal e descobri-la é uma experiência única que todos os portugueses deveriam aproveitar.

Açores

Cada uma das ilhas dos Açores é um “local imperdível” para os portugueses do Continente, na opinião de João Bettencourt, director regional do Turismo. Após revermos as propostas da entidade, ficámos com o mesmo dilema. A beleza das paisagens das lagoas e das caldeiras, das baías e dos centros históricos, das grutas e dos vulcões, dos monumentos naturais excêntricos nascidos com as ilhas, restou-nos apenas uma hipótese de selecção. Por contrariar o verde das ilhas e o azul do mar e das lagoas, o deserto vermelho do Barreiro da Faneca, na ilha de Santa Maria será o local mais inesperado de todo um arquipélago imperdível.

Barreiro da Faneca. Entre as dezenas de maravilhas a descobrir no arquipélago dos Açores, o Barreiro da Faneca surpreende e é inesperado. Entre tantas imagens dominadas pelo azul do mar e das lagoas e o verde da vegetação das ilhas, este deserto vermelho, na ilha de Santa Maria, merece uma visita especial.

Madeira

Os encantos da Madeira escondem-se de quem procura apenas o conforto cosmopolita do Funchal ou as rotas mais conhecidas ao Norte da ilha para ver as casinhas típicas de Santana, já para não falar das praias paradisíacas de Porto Santo. Só quem se embrenha na Floresta Laurissilva, um tipo de floresta que remonta há 20 milhões de anos e que está protegida pela UNESCO na Madeira pelo seu bom estado de conservação, encontra paisagens mágicas e únicas no Mundo. As levadas são uma forma de percorrer a floresta em segurança e a Levada do Caldeirão Verde é das mais bonitas e imperdíveis.

Levada do Caldeirão Verde. A ilha da Madeira não tem falta de visitantes portugueses, mas quantos se limitam apenas ao ambiente cosmopolita do Funchal ou às tours rotineiras para ver as casinhas de Santana? Não há nada como embrenhar-se na Floresta Laurissilva, um ecossistema que remonta a 20 milhões de anos e que foi classificado como Património da Humanidade em 1999. Entre as diversas levadas – percursos de irrigação criados pelo Homem – que permitem descobrir a paisagem, elegemos a Levada do Caldeirão Verde como a mais imperdível.


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